Autor(a): Toni Maguire
Páginas: 308
Editora: Bertrand
Ano: 2012
Sinopse: A frase que dá título ao livro de
Toni Maguire, Não conte para a mamãe, poderia ser uma pacto ingênuo entre dois
irmãos ou uma brincadeira entre crianças. Infelizmente, não é o caso. Na
verdade, é a ameaça sofrida pela autora durante os quase dez anos em que foi
violentada pelo próprio pai. Quando aconteceu pela primeira vez, a pequena e
inocente Antoniette tinha apenas seis anos. Apesar da tenra idade, tudo ficou
gravado em sua memória, o tempo nada dissipou: os detalhes, os sentimentos, a
dor. Foi a primeira de muitas, incontáveis vezes. Não conte para a mamãe, de
Toni Maguire, desvela a comovente história de uma infância idílica que
mascarava uma terrível verdade.
Resenha: Estou sentada a horas em
frente ao computador pensando em como redigir esse texto.
O NCPM foi um título que escolhi
por acaso em uma livraria, a garotinha na capa e o título prenderam demais a
minha atenção. Me lembro da atendente dizendo que “não me arrependeria nunca de
levar aquela obra comigo.” E eu não me arrependo...
Admito sim, que demorei ainda
muitos meses para criar coragem e iniciar a leitura. A Toni que se revelou a
minha frente mudaria ali o rumo de muitas coisas na minha cabeça. Uma mudança e
tanto, certo?
O livro conta a história de
Antoinette, uma garotinha que até os seis anos de idade esbanjava luz e
alegria. Esbanjava todo o amor e ternura que estivesse disponível no mundo em
suas mãos. Sua mãe lhe tratava com esse mesmo amor intenso e as coisas só
ficavam meio estranhas quando seu pai voltava para casa em suas visitas, já que
servia na guerra.
E então ele chegou para ficar.
A atenção e receptividade que
recebia da mãe ia minguando a cada dia que passava, e as mudanças de humor do
pai cada vez mais frequentes em um misto de agressões físicas como alguns tapas
e colocá-la de castigo.
Ele forçou a língua pelos meus lábios. Senti a saliva escorrer pelo meu queixo, e o cheiro de uísque rançoso e o bafo de cigarro entraram em minhas narinas. Minha sensação de segurança abandonou-me para sempre, substituída por repulsa e medo. (…)
-Não conte para a mamãe – disse ele, dando-me uma breve sacudida – Isso é um segredo nosso, Antoinette, você me ouviu?
-Está bem, papai – respondi. – Não vou contrar.
Mas contei. Eu sentia Segurança no amor de minha mãe. Eu a amava, e ela, eu sabia, me amava. Ela o mandaria parar.
Mas não mandou.
A partir daí o histórico de abusos sexuais entra na vida da
garotinha e o livro narra toda essa tortura, que durou cerca de 10 anos da
infância da menina. É uma narrativa extremamente pesada e com um teor
psicológico altíssimo, onde saltamos da garotinha sofrendo abusos para a mulher
revivendo esses momentos nos dias atuais em suas lembranças.
Foi para mim, uma leitura muito difícil. As passagens
constantes do livro envolvendo injustiça com a personagem, os momentos de
alegria que se transformam logo em seguida em um abismo de desespero, destrói
qualquer pessoa.
Definitivamente, o que mais me machucou durante a leitura
foi a imagem da capa. Ter os olhos, mesmo que fictícios, de uma garotinha tão
parecida com a narrativa.
Se você precisa de uma dose de choque de realidade, procure
pelo livro. E se prepare para a vontade insana e intensa de a todo momento
invadir as páginas e roubar aquela menina para si.
Até a próxima resenha!
Ok, mudei de ideia. Vou incluir em uma leitura futura... Nunca li nada assim. Mas, quero spoiler do final, pls !
ResponderExcluir-Mari
HAUHUAHUSAHUSHUAHSUAHUSHAU Essa é a minha Ave Mari! \o/
ExcluirSpoiler já foi dado, espero que goste :3
♥
comecei ler ontem e é angustiante
ResponderExcluirChorei muito muito muito, como pode uma criança ser culpada, a vítima sair como o monstro? A mãe que era o porto seguro preferi o pai, meu Deus como eu chorei imaginando cada humilhação que ela passou, imaginando que ele saiu inpune e vitorioso, é que mesmo assim o amor dela pela mãe permaneceu intacto, pena que ela não recebeu o devido valor, é saber que essa história é realmente Real doi muito mais muito mais.
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